No farol

08-09-2011 11:58

Por: Fabiana Alves

 

 

Artistas transformam a luz do semáforo e a faixa de pedestres em palco e fazem espetáculos nos cruzamentos da cidade

 

 

Sinal vermelho apenas para os carros, pois é nesta hora em que o artista entra em cena. No meio da rua, entre um farol fechado e outro é onde muitos talentos do malabarismo aparecem: jogam facas para ar, clavas de fogo, pinos de boliche, bolinhas, equilibram-se em monociclos! E pedem apenas aplausos, sorrisos e alguns trocados como incentivos.

 

Talentosos, os malabaristas vivem da rua e não na rua, apreciam a liberdade e por isso escolheram as avenidas como palco. Muitos percorrem o Brasil inteiro, e até mesmo outros países, mostrando o melhor de sua arte. É cada vez mais comum parar em um cruzamento e se deparar com um espetáculo.

 

Chelippe é chileno, mas vive pelo mundo. Super talentoso, o rapaz está em São Paulo há três meses e se apresenta pelas esquinas do centro velho da cidade. "Fico um tempo em cada lugar. No próximo mês viajo para Goiânia. Pretendo ficar cerca de dois meses lá e depois vou procurar outro canto", diz ele.

 

O gringo, como é conhecido, faz malabares de várias maneiras, com faca, fogo, anda de monociclo, toca alguns instrumentos e usa o teatro como seu aliado durante as apresentações. Em uma cena com facas pro exemplo, coloca um avental com sangue e joga também alguns frangos de plásticos.

 

"Escolhi trabalhar na rua, faço porque gosto e não porque não tenho opção. Algumas pessoas trabalham de terno e gravata em um escritório e muitas vezes não são felizes, pois não têm a sensação de independência e liberdade que eu tenho e não troco por nada", fala Chelippe já se preparando para mais espetáculo, pois o farol já está vermelho.